sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Foo Fighters-Echoes,Silence,Patience and Grace

O álbum completo...
As críticas vem sendo positivas...
Eu acompanho a banda há um bom tempo..mas não me considero um fã...
Mas pelo material que eu tenho,posso afirmar que para mim esse é o terceiro melhor álbum da carreira do Foo Fighters
Pra mim,é melhor que o primeiro(o auto-intitulado Foo Fighters),melhor que One By One e também que In Your Honor
É muito coeso e muito bem produzido por Gil Norton(produtor do melhor álbum do Foo Fighters na minha opinião The Colour and The Shape)...
Por isso,
Confiram:
01-The Pretender
http://www.sendspace.com/file/ucy9pw

02-Let It Die
http://www.sendspace.com/file/sfiz5n

03-Erase/Replace
http://www.sendspace.com/file/f2xhdm

04-Long Road To Ruin
http://www.sendspace.com/file/xuujmi

05-Come Alive
http://www.sendspace.com/file/xwq74q

06-Stranger Things Have Happened(a melhor para mim)
http://www.sendspace.com/file/s7o4ct

07-Cheer Up Boys,Your Makeup is Running
http://www.sendspace.com/file/q36vg2

08-Summer's End
http://www.sendspace.com/file/ka5mg3

09-The Ballad Of Beaconsfield Miners
http://www.sendspace.com/file/q1cwik

10-Statues(que bela música!)
http://www.sendspace.com/file/v3tt5v

11-But Honestly
http://www.sendspace.com/file/pjgr2i

12-Home
http://www.sendspace.com/file/9yym1h

sábado, 8 de setembro de 2007

Zoo TV: além dos zoo dólares e das botas douradas

Por que a Zoo TV é melhor? Apesar da resposta parecer meio evidente, a cada vez que assisto o DVD tenho impressões diferentes, assim como dia desses alguém falou aqui na comu. É uma turnê complexa, um espetáculo com um sentido e um recado a ser passado.

Assim como musicalmente Achtung Baby representa uma virada em relação a sonoridade dos anos 80, a ZooTV é a prova definitiva de que eles não são mais a mesma banda que levantava bandeiras enquanto cantava "how long I must sing this song". Eles trazem nova proposta, que deixa pra trás o discurso pacifista politicamente correto, substituindo-o pela crítica à mídia e à sociedade de consumo. Nos Zoo dólares que explodem do céu, na canção favorita de Lênin, no casaco reluzente de Mr. Macphisto ou na repetição exaustiva dos refrões publicitários está implícito o questionamento que o quarteto faz ao impasse atual da modernidade, com suas promessas e superficialidades.

Mas penso que por trás desse discurso irônico e questionador, a banda demonstra algo além. Zoo TV é um espetáculo saturado de sentidos, ambiguidades, desajustes, que usa as ferramentas da mídia pra criticar seus próprios postulados. Contudo, a mensagem que eles passam em seu setlist é uma mensagem de sentimento, de humanidade, de amor. Bono nunca pareceu tão emocional em nenhuma outra turnê; a função dos alteregos não é a de mascarar, mas a de transparecer esses sentimentos indo muito além da mera performance de um líder de banda de rock, mas trazendo a postura de um ator e suas metáforas em palco.

Ao contrário do que muitos disseram aqui, a postura extremamente sisuda dos outros integrantes da banda não representa que Bono quisesse eclipsar os demais (o que não raro acaba sempre acontecendo), mas a prova de que os U2 continuavam se levando muito a sério. Deixando para Bono essa função mais "performática", Edge e Cia. ficam livres para legitimarem sua competência enquanto músicos e incrementar suas execuções. Prova disso é a belíssima interpretação ao vivo de Love is Blindness no final de ZooTV Sydney, em que Edge encarna a melhor tradição guitarrística com um solo estremecedor.

Destaque especial para a voz de Bono, em sua melhor forma, executando covers inspiradíssimos ao lado das canções de Achtung Baby e Zooropa. Como não render-se às interpretações de I can't help falling in love e de Satellite of Love? Vestido de Mc Phisto, Bono encarna a tradição de crooner à moda antiga, seguindo os passos de ninguém menos que Elvis e Sinatra.

Pieguice? Até pode ser... Mas ninguém consegue expressar tanta emoção com tanta competência...

sábado, 18 de agosto de 2007

Críticos de música

Bom, como fui convidado pela Sra. Eno a contribuir e como ando meio sem tempo, decidi colar este texto abaixo de um blog que eu tinha. Faz um tempão que escrevi este texto, mas acho que ainda está valendo, hehe. Abraços.

Hoje vou aproveitar para falar sobre críticos de música. Isso mesmo, aquele cara que dá uma estrelinha para um CD que você adorou ou quatro estrelinhas para aquele CD que você nem teve coragem de ouvir inteiro. Eu sempre quis saber como uma pessoa se torna crítico de música. Será que ela estudou jornalismo ou música? Ou será que ela é um ouvinte fanático de música, tipo do filme "Alta Fidelidade"? Ou ainda, elas queriam fazer jornalismo sério mas acabou só sobrando uma vaga de crítico para escrever umas linhas no jornal? Tem aquela velha teoria de que eles são músicos frustrados... mistério!

Eu tenho que confessar que tem um jornal que eu sempre me irrito com as críticas, não porque elas vão contra o meu gosto, mas porque as críticas (de vários autores) são escritas de maneiras tão arrogantes e pretensiosas que parece que eles são o donos da verdade. É lógico que em uma crítica, é preciso expressar uma opinião, mas tem diversas maneiras de dizer o que você pensa. É preciso respeitar os leitores e ter consciência de que muitas pessoas gostam do artista ou do álbum. Não se pode simplesmente dizer: "Isto é um lixo!". Lógico que eles usam outras palavras, mas no fundo é isso que eles querem dizer. O contrário também acontece, às vezes o crítico se encanta com uma obra e fala mil maravilhas sobre ela: "É o melhor álbum do ano!!"(sendo que a resenha foi feita em Janeiro) ou "É a melhor música dos últimos 10 anos!". Ora, se eu quisesse ouvir uma opinião totalmente subjetiva, emocional e infundada seria melhor eu ir tomar uma cerveja com meus amigos num botequim e ficar discutindo sobre nossos gostos musiciais.

Evidentemente que é impossível separar o subjetivo e o emocional de uma crítica. Não existe uma crítica totalmente objetiva e imparcial. Como a música é por si só uma forma de expressão subjetiva, é impossível julgá-la de uma forma totalmente racional. Porém, não é necessário ofender ninguém e nem dizer que aquela banda que acabou de gravar o primeiro álbum vai salvar o rock e que ela é a melhor banda do mundo.

Eu já li muitas críticas excelentes, principalmente em sites da Internet e em algumas revistas importadas. Muitas delas eu discordei, mas pelo menos o autor mostrou conhecimento, escreveu de maneira inteligente e se utilizou de argumentos bem fundados. Infelizmente, vejo pouco disso aqui no Brasil.
Um outro motivo pela qual os leitores não se devem influeciar muito pelas críticas, é que muitas vezes o álbum não pode ser avaliado após algumas aduições. Às vezes é necessário ouvir 5,10,20, enfim, muitas vezes para que realmente possa se avaliar justamente. E às vezes depende do momento da vida em que se escuta o álbum. Você pode escutar um CD hoje, achar péssimo e depois de um ano, escutar de novo e achar o máximo.

Enfim, são muitos fatores que influenciam a crítica de um álbum. Minha dica é: nunca confie totalmente numa crítica. Procure na internet, jornais, revistas, etc... diversas críticas do CD que você quer comprar (ou já comprou). Elas podem servir como referências, mas nunca como verdades universais. Cada um tem a sua opnião e a sua pode ser diferente de todas!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Nova tentativa de disponibilizar a nova música do Foo Fighters

Mais uma vez tento disponibilizar a nova música do Foo Fighters para vocês...Como já dito ela se chama The Pretender e é parte do novo álbum cujo título é Echoes,Silence,Patience And Grance com data de lançamento oficial no dia 25/09/2007...
A música,como eu também já afirmei,não apresenta nada de novo,é o mesmo Foo Fighters de sempre...
Apesar disso,todos nós sabemos que eles são ótimos e por isso,vale a pena conferir:
http://www.sendspace.com/file/s4g0vq
Ah,um adendo:o Foo Fighters está escalado para se apresentar nos VMA's em Las Vegas no dia 9/9...Penso que dessa maneira,portanto,eles farão o lançamento do single pela primeira vez ao vivo nos EUA..algo até comum visto que já vi o FF fazer isso no último álbum In Your Honor,ao lançar o single Best Of You no mesmo prêmio da MTV...
http://rapidshare.com/files/12411434/1991_For_Unlawfull_Carnal_Knowledge.zip.html

Rock hard, puro e sem mistura

O ano de 1991 foi realmente mágico para a história do rock. Para sua história recente, ao menos. Comparado ao restante da década, quando surgiram poucas novidades, o início dos anos 90 foi simplesmente fervilhante. De Seattle para o mundo, o grunge ressonava com toda a força, e bandas como Nirvana e Pearl Jam pareciam ditar novos rumos para o rock, ainda um pouco entorpecido com o ambiente musical heterogêneo dos anos 80. Bandas mais antigas também mostraram que continuavam com toda a força, lançando ótimos álbuns nas mais variadads vertentes musicais, seja pelo rock meio-folk/alternativo do R.E.M., com a obra-prima Out of Time, ou pelo heavy recondicionado do Mettalica com seu consagrado "black album". Em 1991 também ocorreu o lançamento de um disco que revolucionou os rumos da maior banda ainda em atividade, que marcou presença nas paradas de sucesso e ao mesmo tempo experimentou com novas sonoridades. Mas vamos deixar pra falar do Achtung Baby em outra oportunidade...

Assim como os demais álbuns lançados naquele ano, For Unlawful Carnal Knowledge (F.U.C.K.), terceiro disco do Van Halen com Sammy Hagar nos vocais, também representou um novo rumo na carreira da banda. Considerado por muitos fãs como o melhor e o mais pesado da fase Sammy, F.U.C.K. é um hino ao bom e velho hard rock, que faz render respeito aos deuses da guitarra, do baixo e da bateria. E do teclado/rock também, porque Mr. Edward Van Halen não se resume a ser o maior guitarrista pós-Hendrix. Os primeiros acordes de piano de Right Now deixam isso bem claro a ênfase melódica neste disco, embora o instrumento apareça mais discreto do que nos álbum anteriores, 5150 e OU218. F.U.C.K . demonstra que o hard rock estava longe de morrer, entrando nos anos 90 com um disco de grande qualidade.

Com pinta clássica e rebeldia, a primeira faixa, Poundcake, anuncia de cara qual é o tom do disco. A frase antológica de Hagar "Hello, baby!" abre espaço pra furadeira diabólica de Eddie Van Halen enlouquecer já nos primeiros acordes. Sim, furadeira! O riff do começo da música foi produzido utilizando uma furadeira Makita Wireless Drill junto ao captador da guitarra. Mais impressionante mesmo é o peso do restante da música, que conjuga o virtuosismo guitarrístico a uma bateria praticamente impossível de deixar alguém parado de Alex, o outro irmão Van Halen, o baixo preciso de Michael Anthony e a voz poderosíssima de Sammy Hagar. Os fãs de David Lee Roth que me perdoem, mas VH é o raro caso de uma banda que consegue ser ainda melhor com o vocalista substituto. Sammy consegue atingir o dobro de agudos sem precisar dar aqueles pulinhos e gritinhos um tanto suspeitos de Diamond Dave (risos).

O restante do disco também traz o mesmo preciosismo instrumental, nas melodias impressionantes de Judgement Day, Spanked e In 'N' Out. Já The Dream is Over, Top of The World e Right Now mostram que dá pra ser pop sem ser besta nem deixar a pulsão rock de lado. Outro destaque é a impressionante Pleasure Dome, com um solo de bateria que lembra muito o estilo de Keith Moon e um conjunto instrumental simplesmente fantástico.

Enfim, F.U.C.K. é um álbum que merece ser ouvido até por aqueles que não são grandes fãs do estilo, nem que seja para provar que Van Halen passa muito longe do estereótipo de banda farofa dos anos 80. Mesmo que seu som, felizmente, soe como o bom e velho rock oitentista, revigorado pelo "dedilhar" na furadeira de um dos músicos mais geniais de todos os tempos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Bonus track(Une Année Sans Lumiére)

Botei no título como Bonus track,mas na verdade nem é...
Eu que esqueci mesmo..haha
Bem,pelo título pode-se considerá-la uma bônus track...
Ah,antes que perguntei o porque da língua francesa,já respondo prontamente...
O Arcade Fire é de Montréal,Canadá...
A Regine Cassagne ainda,por exemplo,é nascida no Haiti,por isso uma das músicas do Funeral tem esse título(e é claro que ela canta!)

http://www.sendspace.com/file/k7j868
Une Anné Sans Lumiére

ENJOY!

Funeral(download)

http://www.sendspace.com/file/554j69
Haiti

http://www.sendspace.com/file/04fzeo
Neighborhood #1(Tunnels)

http://www.sendspace.com/file/p76bj2
Neighborhood #2(Laika)

http://www.sendspace.com/file/h92jcf
Neighborhood #3(Power Out)

http://www.sendspace.com/file/1mhro5
Rebellion(Lies)

http://www.sendspace.com/file/u6hhv6
Neighborhood #4(7 kettles)

http://www.sendspace.com/file/wn4ckp
Crown Of Love

http://www.sendspace.com/file/jne0bv
Wake Up

http://www.sendspace.com/file/cab3m0
In The Backseat

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Uma banda diferente

O Arcade Fire nasceu de forma curiosa:diversos parentes dos integrantes morreram no ano de seu nascimento:2003...Reginé Chassagne,uma das vocalistas teve sua avó morta naquele ano...Os irmãos Win e Will Butler perderam seu avô no mesmo ano.Win,por sinal nesse meio tempo casou com Reginé,e ainda houve mais uma morte:a tia de outro integrante,Richard Perry,também morreu,mas já no início de 2004.Contra todo esse cenário no mínimo macabro,a banda conseguiu um contrato com a gravadora Merge,em Maio/2004 e logo completaram seu álbum de lançamento.O nome não poderia ser mais propício:Funeral...

Funeral é um álbum debut,simplesmente espetacular...A sonoridade é algo incrível,que nem mesmo ao ouvir o U2 consigo ver...Mas,bem,a banda tem 8 integrantes fixos,e um número de instrumentos quase ilimitado...Falando a respeito de tal álbum,ele não rendeu nenhum Grammy,mas bem que merecia..
No ano de 2005,não existiu algo tão inovador como o Arcade Fire...
O som que emana deste primeiro álbum,Funeral não é homogêneo..Aliás,não procure homogeneidade no Arcade Fire,tudo neles soa como experimental,devido é claro ao número grande de instrumentos que permite diversas “viradas” durante uma mesma música por exemplo.É bem complicado de ouvir inicialmente,posto que o som deles não gruda,nem é pop o suficiente para te agradar logo de cara.Rodeado,de melodias,com pródiga orquestração e vocais pós-punk,a sonoridade aqui é o que pode se caracterizar como um Art-Rock,algo elogiado por muita gente nesse espaço(né,Aline???).Se eu fosse resumir o que é o Arcade Fire,diria que é uma hipérbole maginificente...Exagerado,estranho,belo,obscuro,todos esses adjetivos servem para definir o que vem a ser tal banda.
Quanto as letras de tal álbum,pode-se dizer que o Arcade Fire mantem uma certa distancia entre a pretensão e a dispersão...Ou seja,muitas vezes eles são tanto esforçados,quanto despretenciosos.


Mas,vamos seguir em frente..a verdade que o álbum que me fascinou mesmo do Arcade Fire foi o seguinte:Neon Bible...Apesar de ser inferior ao Funeral,não tinha conhecimento do anterior. Ainda,por isso meu primeiro contato foi com este álbum,Néon Bible,não aquele..
Em tal trabalho a banda procurou apronfundar seus acertos e por isso apostou numa amplificação de sua sonoridade e também de suas letras conceituais...
A abertura com Black Mirror é bem dark...o som vem se expandindo devagar,tomando conta do ambiente,como numa entrada de uma igreja,ou algo do tipo..Aliás,cabe acrescentar algo curioso,O Arcade Fire comprou uma igreja para usar como estúdio para fazer as composições de suas músicas nela...Ou seja,se você notar alguns ecos,ou uma sonoridade mais amplificada em Neon Bible isso se deve a este fato...
Mas,esqueça Funeral,aqui...não há nada comparável com o álbum anterior...As únicas semelhanças já foram ressaltadas anteriormente.
Neon Bible é um álbum recheado de miséria, profundamente enraizado em fundações ricas, dramaticamente obscuras e cativantemente melancólicas.
É fácil de deixar-se envolver no que pode ou não ser fibras temáticas, que tecem interna ou externamente as 11 faixas;parece haver um certo desapego ao rótulo de aclamação internacional e universal.É álbum introspectivo,apesar da sonoridade monumental,e por vezes assustadora que é caracterizada ao longo do seu seguimento.A verdade é que o Arcade Fire já mostra uma certa tendência a tornar-se cover de si mesmo,o que é extremamente perigoso,visto que trata-se de uma banda muito nova.
Porém,o que se vê no cenário musical atual,é uma falta de criatividade incessante,e o que se pode dizer dessa banda ,é que nela há uma centelha criativa que há muito tempo não se via.Em Funeral,ou em Neon Bible vejo uma criatividade sonora comparada a um álbum bastante particular de nossa banda favorita:Zooropa...O conceitualismo está ali,a criatividade é clara,e o estilo bicho-grilo é bastante evidente...Finalmente,cabe citar as influências, claro:,David Bowie,Bruce Springsteen ,Echo and The Bunnymen, Talking Heads,Magnetic Fields,Roxy Music,Neutral Milk Hotel,dentre outros…

O que eu posso dizer é o seguinte:Ouçam e admirem...
Vale muito a pena,eu garanto!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

O “The Wall” esquecido

Opa! Acalmem-se! Não vou falar de um clássico do Pink Floyd conhecido por praticamente todos. Vou falar sobre um muro que separou duas bandas que produziram duas obras-primas em meados de 1967. Separadas pelo concreto, mas unidas pela música. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles e The Piper At The Gates Of Dawn do Pink Floyd ditaram novas regras e abriram um caminho não percorrido até então por ninguém no rock psicodélico. Foram uns dos pioneiros do gênero.
O clássico dos Beatles é praticamente uma unanimidade no mundo musical. Muitos o consideram o melhor e maior álbum da história da música. Seu sucesso está relacionado a sua criatividade inovadora capaz de conseguir uma façanha de unir um experimentalismo psicodélico com um pop taxado na testa. “Os Reis do Iê Iê Iê” se tornaram também os reis dos diamantes de Lucy. E essa junção de experimentalismo com pop não foi nada mal. Bono mesmo disse: “O que seria de Sgt. Pepper’s sem as músicas pop?”. E eu pergunto: o que seria do experimentalismo sem o pop? Acredito que cairia no esquecimento. Infelizmente esse foi o calcanhar de Aquiles do The Piper At The Gates Of Dawn. Um álbum extremamente genial, mas padece um pouco deste mal. Aliás, se for falar de ousadia, o álbum de estréia do Pink Floyd foi bem mais ousado do que o dos Beatles. Syd Barrett, o fundador e líder até então da banda, simplesmente colocou o pop no vaso e deu descarga. Ele queria mesmo era explorar territórios desconhecidos da música psicodélica. Pouco se preocupou com as vendas do disco. Apesar desses pormenores, conseguiu ser o 6º álbum mais vendido do Reino Unido daquele ano. Hoje talvez ele soa meio datado para alguns, mas sua contribuição para o rock e sua influência o torna um disco indispensável na prateleira de qualquer colecionador.

Curiosidades:

§ Na mesma época que os Beatles gravavam Sgt. Pepper’s, o Pink Floyd gravava o The Piper At The Gates Of Dawn no mesmo estúdio (Abbey Road).
§ Boatos dizem que John Lennon e Syd Barrett se trancavam em uma sala escondida para tomarem LSD e conversarem sobre suas bandas.

Rattle and Hum: um álbum subestimado

Lançado em setembro de 1988, Rattle and Hum marca o final da trilogia que começa em The Unforgettable Fire e tem continuidade com The Joshua Tree. São álbuns com forte influência da sonoridade norte-americana, trazendo um U2 inspirado pelo folk, blues e country.
As raízes do rock são a marca fundamental de Rattle and Hum. Muitos não reconhecem sua originalidade pelo fato de quase metade de suas músicas serem execuções ao vivo de canções de discos anteriores, covers ou "pseudo faixas" como The Star Spangled Banner e Freedom to my people. Em verdade, é essa colcha de retalhos que acaba sendo a maior virtude do disco e mais uma razão para admirarmos a genialidade dos quatro irlandeses. Vamos lá:
a) as performances ao vivo onseguem a impossível façanha de serem melhores do que as gravações originais. É só ouvir Bullet in the blue sky e I still haven't found (com aquele lindo coral gospel) para considerar. Talvez a excessão seja Pride. Falta nela, ao vivo, a genialidade do 5º U2... Brian Eno;
b) os covers também são melhores do que seus originais. Depois da interpretação de Bono e seus companheiros, Helter Skelter faz Charles Manson parecer um bebê chorão...
c) o vídeo Rattle and Hum completementa o disco, reforçando a aura de emoção que todo o som do U2 pode transmitir;
d) se considerado somente suas canções originais, ele também se salva pelo conjunto. Tem blues, rock e soul, é o disco da banda que alterna o maior número de ritmos musicais. Tudo feito com a maior competência, a parceria com BB King é a prova disso. Desire, Heartland e Angel of Harlem transpiram a atmosfera norte-americana, mas conseguem ser tão irlandeses quanto Borges consegue ser latino em seu exílio na França... Ao contrário da maioria dos álbuns, este têm a petulância de encerrar tendo como última faixa um clássico da categoria de All I Want is You. É pouco ou quer mais???