sábado, 18 de agosto de 2007

Críticos de música

Bom, como fui convidado pela Sra. Eno a contribuir e como ando meio sem tempo, decidi colar este texto abaixo de um blog que eu tinha. Faz um tempão que escrevi este texto, mas acho que ainda está valendo, hehe. Abraços.

Hoje vou aproveitar para falar sobre críticos de música. Isso mesmo, aquele cara que dá uma estrelinha para um CD que você adorou ou quatro estrelinhas para aquele CD que você nem teve coragem de ouvir inteiro. Eu sempre quis saber como uma pessoa se torna crítico de música. Será que ela estudou jornalismo ou música? Ou será que ela é um ouvinte fanático de música, tipo do filme "Alta Fidelidade"? Ou ainda, elas queriam fazer jornalismo sério mas acabou só sobrando uma vaga de crítico para escrever umas linhas no jornal? Tem aquela velha teoria de que eles são músicos frustrados... mistério!

Eu tenho que confessar que tem um jornal que eu sempre me irrito com as críticas, não porque elas vão contra o meu gosto, mas porque as críticas (de vários autores) são escritas de maneiras tão arrogantes e pretensiosas que parece que eles são o donos da verdade. É lógico que em uma crítica, é preciso expressar uma opinião, mas tem diversas maneiras de dizer o que você pensa. É preciso respeitar os leitores e ter consciência de que muitas pessoas gostam do artista ou do álbum. Não se pode simplesmente dizer: "Isto é um lixo!". Lógico que eles usam outras palavras, mas no fundo é isso que eles querem dizer. O contrário também acontece, às vezes o crítico se encanta com uma obra e fala mil maravilhas sobre ela: "É o melhor álbum do ano!!"(sendo que a resenha foi feita em Janeiro) ou "É a melhor música dos últimos 10 anos!". Ora, se eu quisesse ouvir uma opinião totalmente subjetiva, emocional e infundada seria melhor eu ir tomar uma cerveja com meus amigos num botequim e ficar discutindo sobre nossos gostos musiciais.

Evidentemente que é impossível separar o subjetivo e o emocional de uma crítica. Não existe uma crítica totalmente objetiva e imparcial. Como a música é por si só uma forma de expressão subjetiva, é impossível julgá-la de uma forma totalmente racional. Porém, não é necessário ofender ninguém e nem dizer que aquela banda que acabou de gravar o primeiro álbum vai salvar o rock e que ela é a melhor banda do mundo.

Eu já li muitas críticas excelentes, principalmente em sites da Internet e em algumas revistas importadas. Muitas delas eu discordei, mas pelo menos o autor mostrou conhecimento, escreveu de maneira inteligente e se utilizou de argumentos bem fundados. Infelizmente, vejo pouco disso aqui no Brasil.
Um outro motivo pela qual os leitores não se devem influeciar muito pelas críticas, é que muitas vezes o álbum não pode ser avaliado após algumas aduições. Às vezes é necessário ouvir 5,10,20, enfim, muitas vezes para que realmente possa se avaliar justamente. E às vezes depende do momento da vida em que se escuta o álbum. Você pode escutar um CD hoje, achar péssimo e depois de um ano, escutar de novo e achar o máximo.

Enfim, são muitos fatores que influenciam a crítica de um álbum. Minha dica é: nunca confie totalmente numa crítica. Procure na internet, jornais, revistas, etc... diversas críticas do CD que você quer comprar (ou já comprou). Elas podem servir como referências, mas nunca como verdades universais. Cada um tem a sua opnião e a sua pode ser diferente de todas!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Nova tentativa de disponibilizar a nova música do Foo Fighters

Mais uma vez tento disponibilizar a nova música do Foo Fighters para vocês...Como já dito ela se chama The Pretender e é parte do novo álbum cujo título é Echoes,Silence,Patience And Grance com data de lançamento oficial no dia 25/09/2007...
A música,como eu também já afirmei,não apresenta nada de novo,é o mesmo Foo Fighters de sempre...
Apesar disso,todos nós sabemos que eles são ótimos e por isso,vale a pena conferir:
http://www.sendspace.com/file/s4g0vq
Ah,um adendo:o Foo Fighters está escalado para se apresentar nos VMA's em Las Vegas no dia 9/9...Penso que dessa maneira,portanto,eles farão o lançamento do single pela primeira vez ao vivo nos EUA..algo até comum visto que já vi o FF fazer isso no último álbum In Your Honor,ao lançar o single Best Of You no mesmo prêmio da MTV...
http://rapidshare.com/files/12411434/1991_For_Unlawfull_Carnal_Knowledge.zip.html

Rock hard, puro e sem mistura

O ano de 1991 foi realmente mágico para a história do rock. Para sua história recente, ao menos. Comparado ao restante da década, quando surgiram poucas novidades, o início dos anos 90 foi simplesmente fervilhante. De Seattle para o mundo, o grunge ressonava com toda a força, e bandas como Nirvana e Pearl Jam pareciam ditar novos rumos para o rock, ainda um pouco entorpecido com o ambiente musical heterogêneo dos anos 80. Bandas mais antigas também mostraram que continuavam com toda a força, lançando ótimos álbuns nas mais variadads vertentes musicais, seja pelo rock meio-folk/alternativo do R.E.M., com a obra-prima Out of Time, ou pelo heavy recondicionado do Mettalica com seu consagrado "black album". Em 1991 também ocorreu o lançamento de um disco que revolucionou os rumos da maior banda ainda em atividade, que marcou presença nas paradas de sucesso e ao mesmo tempo experimentou com novas sonoridades. Mas vamos deixar pra falar do Achtung Baby em outra oportunidade...

Assim como os demais álbuns lançados naquele ano, For Unlawful Carnal Knowledge (F.U.C.K.), terceiro disco do Van Halen com Sammy Hagar nos vocais, também representou um novo rumo na carreira da banda. Considerado por muitos fãs como o melhor e o mais pesado da fase Sammy, F.U.C.K. é um hino ao bom e velho hard rock, que faz render respeito aos deuses da guitarra, do baixo e da bateria. E do teclado/rock também, porque Mr. Edward Van Halen não se resume a ser o maior guitarrista pós-Hendrix. Os primeiros acordes de piano de Right Now deixam isso bem claro a ênfase melódica neste disco, embora o instrumento apareça mais discreto do que nos álbum anteriores, 5150 e OU218. F.U.C.K . demonstra que o hard rock estava longe de morrer, entrando nos anos 90 com um disco de grande qualidade.

Com pinta clássica e rebeldia, a primeira faixa, Poundcake, anuncia de cara qual é o tom do disco. A frase antológica de Hagar "Hello, baby!" abre espaço pra furadeira diabólica de Eddie Van Halen enlouquecer já nos primeiros acordes. Sim, furadeira! O riff do começo da música foi produzido utilizando uma furadeira Makita Wireless Drill junto ao captador da guitarra. Mais impressionante mesmo é o peso do restante da música, que conjuga o virtuosismo guitarrístico a uma bateria praticamente impossível de deixar alguém parado de Alex, o outro irmão Van Halen, o baixo preciso de Michael Anthony e a voz poderosíssima de Sammy Hagar. Os fãs de David Lee Roth que me perdoem, mas VH é o raro caso de uma banda que consegue ser ainda melhor com o vocalista substituto. Sammy consegue atingir o dobro de agudos sem precisar dar aqueles pulinhos e gritinhos um tanto suspeitos de Diamond Dave (risos).

O restante do disco também traz o mesmo preciosismo instrumental, nas melodias impressionantes de Judgement Day, Spanked e In 'N' Out. Já The Dream is Over, Top of The World e Right Now mostram que dá pra ser pop sem ser besta nem deixar a pulsão rock de lado. Outro destaque é a impressionante Pleasure Dome, com um solo de bateria que lembra muito o estilo de Keith Moon e um conjunto instrumental simplesmente fantástico.

Enfim, F.U.C.K. é um álbum que merece ser ouvido até por aqueles que não são grandes fãs do estilo, nem que seja para provar que Van Halen passa muito longe do estereótipo de banda farofa dos anos 80. Mesmo que seu som, felizmente, soe como o bom e velho rock oitentista, revigorado pelo "dedilhar" na furadeira de um dos músicos mais geniais de todos os tempos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Bonus track(Une Année Sans Lumiére)

Botei no título como Bonus track,mas na verdade nem é...
Eu que esqueci mesmo..haha
Bem,pelo título pode-se considerá-la uma bônus track...
Ah,antes que perguntei o porque da língua francesa,já respondo prontamente...
O Arcade Fire é de Montréal,Canadá...
A Regine Cassagne ainda,por exemplo,é nascida no Haiti,por isso uma das músicas do Funeral tem esse título(e é claro que ela canta!)

http://www.sendspace.com/file/k7j868
Une Anné Sans Lumiére

ENJOY!

Funeral(download)

http://www.sendspace.com/file/554j69
Haiti

http://www.sendspace.com/file/04fzeo
Neighborhood #1(Tunnels)

http://www.sendspace.com/file/p76bj2
Neighborhood #2(Laika)

http://www.sendspace.com/file/h92jcf
Neighborhood #3(Power Out)

http://www.sendspace.com/file/1mhro5
Rebellion(Lies)

http://www.sendspace.com/file/u6hhv6
Neighborhood #4(7 kettles)

http://www.sendspace.com/file/wn4ckp
Crown Of Love

http://www.sendspace.com/file/jne0bv
Wake Up

http://www.sendspace.com/file/cab3m0
In The Backseat

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Uma banda diferente

O Arcade Fire nasceu de forma curiosa:diversos parentes dos integrantes morreram no ano de seu nascimento:2003...Reginé Chassagne,uma das vocalistas teve sua avó morta naquele ano...Os irmãos Win e Will Butler perderam seu avô no mesmo ano.Win,por sinal nesse meio tempo casou com Reginé,e ainda houve mais uma morte:a tia de outro integrante,Richard Perry,também morreu,mas já no início de 2004.Contra todo esse cenário no mínimo macabro,a banda conseguiu um contrato com a gravadora Merge,em Maio/2004 e logo completaram seu álbum de lançamento.O nome não poderia ser mais propício:Funeral...

Funeral é um álbum debut,simplesmente espetacular...A sonoridade é algo incrível,que nem mesmo ao ouvir o U2 consigo ver...Mas,bem,a banda tem 8 integrantes fixos,e um número de instrumentos quase ilimitado...Falando a respeito de tal álbum,ele não rendeu nenhum Grammy,mas bem que merecia..
No ano de 2005,não existiu algo tão inovador como o Arcade Fire...
O som que emana deste primeiro álbum,Funeral não é homogêneo..Aliás,não procure homogeneidade no Arcade Fire,tudo neles soa como experimental,devido é claro ao número grande de instrumentos que permite diversas “viradas” durante uma mesma música por exemplo.É bem complicado de ouvir inicialmente,posto que o som deles não gruda,nem é pop o suficiente para te agradar logo de cara.Rodeado,de melodias,com pródiga orquestração e vocais pós-punk,a sonoridade aqui é o que pode se caracterizar como um Art-Rock,algo elogiado por muita gente nesse espaço(né,Aline???).Se eu fosse resumir o que é o Arcade Fire,diria que é uma hipérbole maginificente...Exagerado,estranho,belo,obscuro,todos esses adjetivos servem para definir o que vem a ser tal banda.
Quanto as letras de tal álbum,pode-se dizer que o Arcade Fire mantem uma certa distancia entre a pretensão e a dispersão...Ou seja,muitas vezes eles são tanto esforçados,quanto despretenciosos.


Mas,vamos seguir em frente..a verdade que o álbum que me fascinou mesmo do Arcade Fire foi o seguinte:Neon Bible...Apesar de ser inferior ao Funeral,não tinha conhecimento do anterior. Ainda,por isso meu primeiro contato foi com este álbum,Néon Bible,não aquele..
Em tal trabalho a banda procurou apronfundar seus acertos e por isso apostou numa amplificação de sua sonoridade e também de suas letras conceituais...
A abertura com Black Mirror é bem dark...o som vem se expandindo devagar,tomando conta do ambiente,como numa entrada de uma igreja,ou algo do tipo..Aliás,cabe acrescentar algo curioso,O Arcade Fire comprou uma igreja para usar como estúdio para fazer as composições de suas músicas nela...Ou seja,se você notar alguns ecos,ou uma sonoridade mais amplificada em Neon Bible isso se deve a este fato...
Mas,esqueça Funeral,aqui...não há nada comparável com o álbum anterior...As únicas semelhanças já foram ressaltadas anteriormente.
Neon Bible é um álbum recheado de miséria, profundamente enraizado em fundações ricas, dramaticamente obscuras e cativantemente melancólicas.
É fácil de deixar-se envolver no que pode ou não ser fibras temáticas, que tecem interna ou externamente as 11 faixas;parece haver um certo desapego ao rótulo de aclamação internacional e universal.É álbum introspectivo,apesar da sonoridade monumental,e por vezes assustadora que é caracterizada ao longo do seu seguimento.A verdade é que o Arcade Fire já mostra uma certa tendência a tornar-se cover de si mesmo,o que é extremamente perigoso,visto que trata-se de uma banda muito nova.
Porém,o que se vê no cenário musical atual,é uma falta de criatividade incessante,e o que se pode dizer dessa banda ,é que nela há uma centelha criativa que há muito tempo não se via.Em Funeral,ou em Neon Bible vejo uma criatividade sonora comparada a um álbum bastante particular de nossa banda favorita:Zooropa...O conceitualismo está ali,a criatividade é clara,e o estilo bicho-grilo é bastante evidente...Finalmente,cabe citar as influências, claro:,David Bowie,Bruce Springsteen ,Echo and The Bunnymen, Talking Heads,Magnetic Fields,Roxy Music,Neutral Milk Hotel,dentre outros…

O que eu posso dizer é o seguinte:Ouçam e admirem...
Vale muito a pena,eu garanto!